segunda-feira, 11 de junho de 2007

A busca do Minotauro


Descreverei um pouco sobre a narrativa mítica da busca do minotauro e o labirinto de creta:


Segundo a mitologia grega, na mais conhecida de suas versões, Minos recebe de Posídon um touro maravilhoso de presente. No entanto, o deus dos mares exige que esse animal seja, posteriormente, ofertado em sacrifício. Minos, devido à sua personalidade gananciosa, nega-se a devolvê-la. Como punição, Afrodite intercede fazendo com que sua esposa, a rainha Pasífae, se apaixone terrivelmente pelo touro. Dessa união nascerá um monstro terrível, o Minotauro, metade homem, metade touro. Para esconder aquilo que se tornou a vergonha de Minos, o artesão Dédalo cria o labirinto.


O próprio nome Dédalo, em sua polissemia, nos leva a refletir sobre os significados ocultos do labirinto, pois se consultarmos a palavra "dédalo" em um dicionário comum, veremos que esse substantivo significa caminho confuso, entrecortado por encruzilhadas ou, ainda, coisa complicada, obscura. O termo é usado também para se referir ao traçado de grandes cidades: "o dédalo das metrópoles". Etimologicamente, temos Dédalo: do grego Dáidalos, "obreiro astucioso" ou, ainda, criativo, engenhoso, hábil.


Artífice ateniense lendário, filho de Metión e descendente de Hefesto, deus do fogo e ferreiro, Dédalo era tão habilidoso que se dizia que suas esculturas podiam se mexer. No início de sua carreira, Dédalo tinha uma oficina em Atenas. Entre seus engenhos desse período, podemos citar criações tais como o mastro, a vela, o machado, o nível dos pedreiros, etc. Suas esculturas e seus projetos arquitetônicos eram bastante requisitados.


Em Creta foi acolhido pelo tirano Minos, que logo o escravizaria. A partir de então, Dédalo não teve mais liberdade para criar, sendo obrigado a realizar aquilo que seu soberano lhe ordenasse. Suas atitudes são sempre paradoxais: foi através de um engenho de Dédalo que Pasífae pôde efetivar seu amor com o touro.


Como, construtor do labirinto, é Dédalo quem ensina a Ariadne uma solução para que Teseu consiga achar a saída. Teseu tinha sido mandado para Creta voluntariamente, como sacrifício ao minotauro que habitava o labirinto pois de tão bem projetado quem se aventurasse por ele não conseguiria mais sair e era devorado pelo minotauro. Porém Ariadne, filha de Minos (rei de Creta) apaxona-se por Teseu e a fim de ajudar o amado, deu a ele uma espada e um novelo de linha para que ele pudesse achar o caminho de volta.


Como punição por ter ajudado Teseu e Ariadne, Dédalo é preso no labirinto com seu filho, Ícaro. Imagem extremamente forte, temos agora o artista prisioneiro de sua própria obra. Para escapar desse presídio, Dédalo, mais uma vez, usará sua criatividade. Assim, o arquiteto desenvolve asas de cera. Em uma antecipação de séculos, pai e filho conseguem escapar. Ícaro, porém, com sua juventude e inexperiência, fascinado com a beleza do pôr-do-sol, tenta voar alto demais. Suas asas derretem e ele morre.


Fazendo uma pequena síntese dessa narrativa mítica, temos que o labirinto grego se liga, intimamente, à figura do Minotauro, como sua solitária morada e prisão. E o Minotauro, por sua vez, está ligado diretamente à pessoa de Pasífae e sua infidelidade.


Imagem: 1 - "Busto do Minotauro" de Marsyas - 2 - "Teseu mata o Minotauro no labirinto de Creta" mosaico - 3 - "Icarus and Daedalus " Charles Paul Landon 1799 - 4 - "A caída de Ícaro" de Jacob Peter Gowy 1636-37

Um comentário:

Clara Luiza Miranda disse...

É imprescindível colocar as fntes de pesquisa, dos textos referenciais, e das citações.