quarta-feira, 11 de julho de 2007

Resumindo

Entre mil dificuldades, sempre há uma saída. É por aí. Com e sem metáfora...

terça-feira, 10 de julho de 2007

Quem somos, todos, ou um?

Voltando ao famoso labirinto de Creta, pq a Milhares de anos mais tarde, ainda discutimos sobre o Minotauro? Porque o labirinto ainda mantém a capacidade de colocar questões pertinentes? Seremos o Minotauro no seu labirinto? Seremos Dédalo, Teseu, Ícaro?

Seremos o construtor do labirinto, o seu prisioneiro, o fugitivo, o redentor,…?
Acho que um pouco de cada um.....na verdade, de tempos em tempos, faço, inconscientemente, que minha vida de voltas e voltas, como se realmente estive em um labirinto, e em cada volta sou um desses personagens. E de tanto dar voltas, por questões de minutos, posso ser o Dédalo ( o construtor que fica preso em sua própria obra), depois Teseu (o corajoso homem que voluntariamente torna-se sacrifício ao minotauro, mais por amor desistir e trama uma fuga) e voltar a ser o Dédalo.

Nossa vida é o labirinto mais complicado de todos, pois não sabemos como ele é, a cada passo que damos, parece que ele muda de forma, e acaba nos confundindo. E o pior, não conhecemos o construtor, apenas podemos ter fé e acreditar que ele vai ajudar a chegar em uma saída. O único problema, é que no labirinto das nossas vidas, quando chegamos a uma saída., dizemos “Ufa, graças a deus conseguimos”, mais daí em questão de segundos, entramos em outro labirinto, e assim por diante.

A nossa vida sempre é assim, é como se cada momento dela, por mais doloroso ou feliz, fosse apenas uma curva, ou um obstáculo no nosso labirinto (como o estreitamento das paredes, aonde parece impossível de conseguir passar, mais você consegue, com sofrimento, mais passa). E a cada decisão que tomamos ,como aceitar ou não um emprego, fazer um curso ou não, é uma bifurcação do labirinto, e cada decisão que você toma, te levara para caminhos diferentes, mais com certeza, chegara algum final.

O labirinto é a Matemática

Voltando ao famoso labirinto de Creta, pq a Milhares de anos mais tarde, ainda discutimos sobre o Minotauro? Porque o labirinto ainda mantém a capacidade de colocar questões pertinentes? Seremos o Minotauro no seu labirinto? Seremos Dédalo, Teseu, Ícaro?

Seremos o construtor do labirinto, o seu prisioneiro, o fugitivo, o redentor,…?

Acho que um pouco de cada um.....na verdade, de tempos em tempos, faço, inconscientemente, que minha vida de voltas e voltas, como se realmente estive em um labirinto, e em cada volta sou um desses personagens. E de tanto dar voltas, por questões de minutos, posso ser o Dédalo ( o construtor que fica preso em sua própria obra), depois Teseu (o corajoso homem que voluntariamente torna-se sacrifício ao minotauro, mais por amor desistir e trama uma fuga) e voltar a ser o Dédalo.

Existe uma série de estudos na matemática a respeito do labirinto.
O labirinto inclui dois tipos de olhar. O olhar do arquiteto que tudo conhece, panorâmico e global; e o olhar do viajante, aquele que, sem mapa, avança passo a passo no labirinto.
O tipo mais simples de labirinto é aquele que não oferece a possibilidade de escolha ao viajante. Por não apresentar encruzilhadas, o labirinto unicursal exerce seu fascínio através de enrolamentos e espirais. A única forma de percorrê-lo é ir caminhando do início ao fim. Embora o percurso seja previamente criado por seu construtor, o labirinto unicursal não pode ser conhecido através de um olhar rápido sobre o seu traçado.
Os mais interessantes labirintos sem bívios, isto é, sem ramificações, são aqueles que, através de linhas curvas, formam circunvoluções. Para alguns, o labirinto sem bívios não é propriamente um labirinto, já que não permite ao peregrino liberdade de escolha.
O outro tipo de labirinto, o mais conhecido, pelas brincadeiras de crianças, é o labirinto multicursal, aquele com ramificaçãos, bívios, que da ao peregrino a dificil taefa de decidir por onde ir, que caminho escolher, responsabilizando o proprio pelo caminho escolhido.

O labitinto de ontem e hoje

Se você buscar a palavra “labirinto” na Internet, e não tiver muita paciência e deliberação, certamente se perderá entre as milhares de páginas, em todos os idiomas, dedicadas ao tema sob todas as formas.

O labirinto está na mitologia, na História, na literatura, no cinema, na música, nas artes plásticas, na arquitetura, nas brincadeiras infantis.

Escritores como James Joyce e Jorge Luis Borges construíram sua obra tendo como base o signo do labirinto.

No cinema, podem ser lembrados filmes como o recente Amnésia e sua linguagem tortuosa, e como o clássico O Iluminado, de Stanley Kubrick, cujas seqüências de maior suspense e beleza plástica ocorrem em um labirinto formado por arbustos.

Belíssimos labirintos vegetais também adornam vários parques principalmente na Europa, sendo sempre citados os jardins de Versalhes. Ao contrário dos labirintos clássicos, que metaforicamente passaram a designar situações complicadas, perigosas ou sem saída, os labirintos decorativos, feitos de cerca viva, remetem ao lúdico, ao prazer.

Mas é nos videogames que o labirinto contemporâneo encontra seu mais fiel representante, e a Internet também se encarrega de mostrar isso. Aliás, a Internet é o próprio labirinto, considerando que o princípio básico do volume caótico de informações (caminhos, sendas, meandros) é oferecer sempre uma saída, seja qual for.

Um dos símbolos da civilização que mais fascina o homem, o labirinto é estudado há séculos.

Já são 4.500 anos de história. Os primeiros labirintos foram construídos no Egito no período do Antigo Império, em entradas de palácios, fortes e tumbas. Se uma entrada de palácio era guardada por uma passagem ziguezagueante, tornava-se mais fácil defendê-la. No caso de uma tumba, dificultava o acesso à câmara mortuária ou ao tesouro.O maior labirinto de todos os tempos foi construído por Amenenhat III em cerca de 1.800 a.C. Ainda existia quando Heródoto (484-425 a.C.) visitou-o. Tinha umas três mil salas ligadas entre si por um sistema de passagens tão intrincado que, sem um guia experiente, ninguém conseguia escapar da desorientação total. Esta fantástica estrutura é reputada também por ter dado a Dédalo, o mítico arquiteto e inventor ateniense, a inspiração para construir o Palácio de Knossos, em Creta.

Quando o palácio foi escavado por Sir Arthur Evans, no início do século 20, encontrou-se o símbolo religioso da dupla machadinha. A antiga palavra grega correspondente a este tipo de machadinha era “labrys”. A descoberta aparentemente confirmava não apenas a existência do palácio como o lugar da lenda, como também a derivação da palavra “labirinto”, significando um complexo de salas e passagens fáceis de serem atingidas mas quase impossíveis de serem deixadas.

Linhas labirínticas foram usadas como desenho em amuletos e moedas muito antes e muito depois que o Palácio de Knossos fosse destruído por um terremoto, em l.600 a.C. E os romanos também se encarregaram de espalhar pela Europa belos exemplares de labirintos ainda de pé, como os de Harpham e Caerlon, nas Ilhas Britânicas. Durante a Idade Média, desenhos labirínticos começaram a aparecer nas paredes e assoalhos das igrejas. Os melhores remanescentes estão nas igrejas da Europa, especialmente na França (Chartres) e na Itália (Lucca). Uma das teorias sobre o propósito dos labirintos nas igrejas é a de que serviam para lembrar os crentes das provações e tentações que fazem difícil o caminho dos céus. Outra, é a de que eram um substituto das peregrinações à Terra Santa o fato de serem chamados de “Caminhos de Jerusalém” parece confirmar isso. Em vez de os peregrinos fazerem a perigosa viagem como penitência, andavam de joelhos ao redor do labirinto. Ou, se era um labirinto de parede, traçavam paciente e demoradamente o plano de saída com o dedo.

Os antigos labirintos encontrados nos campos, eram para o entretenimento das crianças. Mas podem ser restos de um jogo adulto, caído em desuso devido à grande quantidade de terra que cobriam.

A tribo dos malekulas, da Melanésia, é um exemplo curioso da presença atual do labirinto na cultura de um povo. “Eles dizem que quando uma pessoa morre encontra uma velha na porta. A velha desenha um labirinto na areia e o apaga. A pessoa tem que refazer o desenho idêntico. Se consegue, é porque teve a capacidade de compreender sua vida e a de seu povo.”

BRINCADEIRA

Desenhe um labirinto ou espiral e pinte da cor que desejar. A cor, representa a verdadeira vontade na liberação de algo.
.
Só leia abaixo depois de desenhar o labirinto ou a espiral
.
.
.
Se pintou de preto, é um sinal que você deseja mais liberdade, pois sente-se reprimido (a).
Se a cor escolhida foi a verde, anseia por obter um tempo maior com a família, especialmente com os filhos.
A cor vermelha, é sinal de "agilizar algo". Também significa a perda do medo frente ao desconhecido.
O azul indica que, inconscientemente, necessita afastar os que interferem na sua vida, além de colocar todas as mágoas para fora.
A cor lilás, atua no rompimento de elos kármicos.
Se você não pintou o desenho preferindo deixá-lo em branco, é sinal de paz interior.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Labirintos x Catedrais


Encontra-se um fato curioso a respeito de labirintos presentes em igrejas medievais (catedrais).



Sabe-se, a partir de textos da época, que esses labirintos eram também conhecidos como o "Caminho para Jerusalém". Assim, esses labirintos eram um substituto à peregrinação à Terra Santa. pois os peregrinos judeus, impedidos de irem à Cidade Santa, substituíam essa viagem por uma jornada feita de joelhos pelo labirinto próximo a igreja.

Nas catedrias, no início do pavimento da nave central era colocado o Labirinto. Quase todos foram destruídos, mas em Amiens (refeito) e em Chartres (original) ainda permanecem.

Geralmente de forma circular, eles existem também na forma octogonal e quadrada. Têm sua origem no Labirinto de Creta,

Dédalo foi o arquiteto inspirador que na Idade Média serviu de modelo a todos os construtores. Há representações nos lugares da construção do labirinto, como na catedral de Reims de uma figura que representa o mestre de obras, verdadeiras charadas como se fossem assinaturas de um feito.

Colocados nas portas das cidades fortificadas ou no eixo central das Catedrais, os labirintos estavam para proteger dos inimigos e das influências malignas. Eles permitem que, ao caminhar em direção ao seu centro, como uma viagem iniciática, possa, em um exercício avançado e introspectivo, desenvolver o seu "eu", oculto para um não iniciado, mas também de conhecimento superficial para os iniciados que não se aprofundam. Fica inacessível e de certa forma interditado àqueles que não estão qualificados, notadamente porque demonstram estarem perdidos ao caminhar dentro do labirinto.

A superstição em torno do labirinto era muito forte e permanece até os dias atuais.

Na Índia, por exemplo, quando uma criança está prestes a nascer, os pais desenham em um papel um labirinto com 11 voltas, para que tudo corra bem.

Para os esotéricos, o labirinto significa o nascimento e a morte, tendo como seu maior significado a purificação para o sagrado.

Para os Vikings, o símbolo da espiral era uma forma de designar as forças de Thor, o deus da justiça.

Os cristãos dos primeiros séculos, viam o labirinto como a representação da Via Crucis de Jesus em Jerusalém.

O comum é que todo labirinto tenha 11 voltas. O número 10 representa a divindade e o 11, a força, que por sua vez, representa a compreensão da espiritualidade. O labirinto pode ser substituído pelo desenho de uma espiral, que representa libertar algo preso do passado, facilitando o contato com o seu inconsciente, liberando traumas, e até mesmo a possibilidade de visualizar cenas de uma vida regressa.

Labirinto no antigo Egito

Além do labirinto de creta, verifica-se a presença de um labirinto no antigo Egito em diversos relatos.

O historiador grego Heródoto descreve uma imensa construção, segundo ele, mais fantástica que as pirâmides, com diversos cômodos sobre um mesmo teto. Vários desses aposentos eram templos dedicados às divindades egípcias. No subterrâneo, encontravam-se crocodilos embalsamados em templos próximos a um lago artificial. Sabe-se que os crocodilos eram bastante reverenciados em uma parte do Egito, talvez pelo fato de que, graças a eles, os invasores eram impedidos de entrar no país atravessando o rio Nilo. Outros aposentos da tal construção eram reservados para os túmulos de faraós.

Acredita-se que o labirinto egípcio tenha sido construído na Era de Ouro Egípcia, pelo faraó Amenemhet III, em Krokodipolis. A construção se deu em um momento de grande expansão egípcia, com uma classe sacerdotal poderosa e em constante crescimento.

Dessa forma, o labirinto próximo ao lago Moeris seria morada de honra e tributo não só às divindades, mas também ao clero.

É interessante notar que esses dois famosos labirintos (o Palácio de Cnossos e o egípcio) foram totalmente destruídos.

O labirinto egípcio foi escavado por Flinders Petrie, em 1888. Já no caso cretense, alguns autores afirmam que não há qualquer vestígio concreto de ter realmente existido um labirinto, enquanto outros falam da descoberta do Palácio de Cnossos por Evans, e de grutas e cavernas subterrâneas com traçado labiríntico na ilha de Creta.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

O que seria o labirinto de Creta?


Na descrição de alguns historiadores, a obra máxima e colossal de Creta era composta por milhares de caminhos que se cruzavam em complexas encruzilhadas, ruas sem saída, trechos com abismos Intransponíveis rios, penhascos, portas trancadas sem chaves. Esse labirinto não tinha teto, sua cobertura era o céu.


Esta imagem da construção do labirinto de Cnossos é intrinsecamente paradoxal: por um lado, é um cárcere; por outro, oferece o céu como limite. Como opostos que se anulam, a dupla prisão-altitude parece nos exigir uma leitura mais cuidadosa.


Qual é o sentido de se pensar e se construir um labirinto a céu aberto?


Segundo outros autores, não havia um labirinto em Creta. Mas, sim, dois. O segundo era um traçado feito no chão, que servia de esquema para uma dança sagrada: a dança de Teseu. Já outros estudiosos afirmam que o labirinto de Creta seria apenas um Palácio bastante grande, se comparado às construções do mesmo período, encontradas em Atenas. Com a grandiosidade da construção, os aposentos reais ficavam bastante protegidos. Segundo essa linha de argumentação, Cnossos seria o centro de uma civilização bastante influente no Mediterrâneo, que teve seu apogeu entre os anos 2400 e 1400 a.C.

Imagem:
1 - "desenho do palácio de Cnossos" - 2 - "Afresco de uma parede do Palácio de Cnossos. Séc. 17-15 a.C" - 3 - "Planta do palácio de Cnossos" - 4 - "ruinas do palácio de Cnossos" - 4 - "Oferendas localizadas nas ruínas do Palácio de Cnossos"

A busca do Minotauro


Descreverei um pouco sobre a narrativa mítica da busca do minotauro e o labirinto de creta:


Segundo a mitologia grega, na mais conhecida de suas versões, Minos recebe de Posídon um touro maravilhoso de presente. No entanto, o deus dos mares exige que esse animal seja, posteriormente, ofertado em sacrifício. Minos, devido à sua personalidade gananciosa, nega-se a devolvê-la. Como punição, Afrodite intercede fazendo com que sua esposa, a rainha Pasífae, se apaixone terrivelmente pelo touro. Dessa união nascerá um monstro terrível, o Minotauro, metade homem, metade touro. Para esconder aquilo que se tornou a vergonha de Minos, o artesão Dédalo cria o labirinto.


O próprio nome Dédalo, em sua polissemia, nos leva a refletir sobre os significados ocultos do labirinto, pois se consultarmos a palavra "dédalo" em um dicionário comum, veremos que esse substantivo significa caminho confuso, entrecortado por encruzilhadas ou, ainda, coisa complicada, obscura. O termo é usado também para se referir ao traçado de grandes cidades: "o dédalo das metrópoles". Etimologicamente, temos Dédalo: do grego Dáidalos, "obreiro astucioso" ou, ainda, criativo, engenhoso, hábil.


Artífice ateniense lendário, filho de Metión e descendente de Hefesto, deus do fogo e ferreiro, Dédalo era tão habilidoso que se dizia que suas esculturas podiam se mexer. No início de sua carreira, Dédalo tinha uma oficina em Atenas. Entre seus engenhos desse período, podemos citar criações tais como o mastro, a vela, o machado, o nível dos pedreiros, etc. Suas esculturas e seus projetos arquitetônicos eram bastante requisitados.


Em Creta foi acolhido pelo tirano Minos, que logo o escravizaria. A partir de então, Dédalo não teve mais liberdade para criar, sendo obrigado a realizar aquilo que seu soberano lhe ordenasse. Suas atitudes são sempre paradoxais: foi através de um engenho de Dédalo que Pasífae pôde efetivar seu amor com o touro.


Como, construtor do labirinto, é Dédalo quem ensina a Ariadne uma solução para que Teseu consiga achar a saída. Teseu tinha sido mandado para Creta voluntariamente, como sacrifício ao minotauro que habitava o labirinto pois de tão bem projetado quem se aventurasse por ele não conseguiria mais sair e era devorado pelo minotauro. Porém Ariadne, filha de Minos (rei de Creta) apaxona-se por Teseu e a fim de ajudar o amado, deu a ele uma espada e um novelo de linha para que ele pudesse achar o caminho de volta.


Como punição por ter ajudado Teseu e Ariadne, Dédalo é preso no labirinto com seu filho, Ícaro. Imagem extremamente forte, temos agora o artista prisioneiro de sua própria obra. Para escapar desse presídio, Dédalo, mais uma vez, usará sua criatividade. Assim, o arquiteto desenvolve asas de cera. Em uma antecipação de séculos, pai e filho conseguem escapar. Ícaro, porém, com sua juventude e inexperiência, fascinado com a beleza do pôr-do-sol, tenta voar alto demais. Suas asas derretem e ele morre.


Fazendo uma pequena síntese dessa narrativa mítica, temos que o labirinto grego se liga, intimamente, à figura do Minotauro, como sua solitária morada e prisão. E o Minotauro, por sua vez, está ligado diretamente à pessoa de Pasífae e sua infidelidade.


Imagem: 1 - "Busto do Minotauro" de Marsyas - 2 - "Teseu mata o Minotauro no labirinto de Creta" mosaico - 3 - "Icarus and Daedalus " Charles Paul Landon 1799 - 4 - "A caída de Ícaro" de Jacob Peter Gowy 1636-37

segunda-feira, 4 de junho de 2007

O labirinto e as Produções literárias

A idéia e o ideal de labirinto manifestam-se em produções literárias.

São expoentes dessa influência o poeta espanhol Juan Ramón Jimenez (publicou em 1910 uma coletânea de poemas – Labirinto) e García Lorca que certa vez disse:

“Labirinto confuso, com estrelas escuras, que divide em duas partes a minha ilusão, como se esta fosse um objeto já podre.”

Jorge Luís Borges nomeou uma de suas obras com o título Os Labirintos, na qual escreveu sob forte inspiração:

“Infelizmente eu sonhava com um labirinto pequeno e limpo, no centro do qual se encontrava uma ânfora que meus olhos viam e que as minhas mãos quase tocavam. Contudo, os caminhos eram bem complicados, a ponto de eu já ter a certeza de morrer, mesmo antes de atingir o meu objetivo.”

Já na França, o tema do labirinto encontra-se também inserido na linguagem, pois os franceses, em vez de dizerem: pentear-se, diziam: délabyrinthiser le cheveux (deslabirintizar os cabelos).

Há também aqueles que acreditam no fascínio do homem pelos labirintos como René Char (poeta francês) em seu trecho

“O homem recusa-se a deixar os seus labirintos”.

O mito milenar constrange-o a conservá-los, e Henri Michaux que convito afirma:

“No labirinto se encontra o caminho certo”.

Já Paul Éluard (famoso poeta surrealista francês) inspira-se e encerra o labirinto como parte de uma imagem surrealista:

“Luz negra, incêndio antigo, com os cabelos perdidos no labirinto”.